Reter ou Aderir? Eis a questão.

29-01-2013 00:00

 

Nos últimos anos temos assistido a uma constante alteração e inovação dos adjetivos que são mais usados para descrever uma empresa, uma pessoa ou candidatar-nos a uma vaga de emprego.

Se navegarmos hoje por vários sites de empresas vamos ver uma missão, visão e valores idênticos na sua grande maioria. Palavras-chave como inovação, qualidade, trabalho em equipa, integridade, honestidade, entre outras são usadas, sem grande diferenciação, pela maioria das empresas. Até aqui tudo bem. Se são os seus valores não há nada a criticar.

Se virmos os anúncios de emprego das empresas reparamos que o perfil solicitado do candidato, em termos de caraterísticas pessoais, também apresenta sempre os mesmos chavões. Hoje são eles: resiliência (wow!), espírito de equipa, liderança, analítico, organizado, resistente ao stress (wow again!), capacidade de trabalho, entre outros. Até aqui tudo bem. Se é isto que todos procuram nós respondemos com esse perfil.

No entanto, é na mensagem e comunicação que a maioria das empresas falha. É assim no processo de venda. É assim na relação com o cliente. É assim quando se trata de recrutar talentos.

Já alguma vez as empresas e, nomeadamente, a área ou consultora de recursos humanos pensou em alterar o seu modo de comunicar? “Reter talentos?” Já ninguém quer ser retido. As gerações Y e Z querem aderir à empresa por aquilo que ela representa para elas e não porque querem um trabalho. As pessoas são seduzidas e apaixonadas. Aderem de corpo e alma às causas (as empresas estão incluídas) nas quais acreditam e se podem comprometer, contribuir, lutar e se dedicar.

Talvez por isso as pessoas sonhem em colaborar apenas em algumas empresas. Talvez a grande maioria das empresas portuguesas, por sua culpa, têm apenas trabalhadores nas suas estruturas. Talvez por isso o maior problema das empresas seja interno. Talvez, por isso, grandes multinacionais estão a deixar de reter as pessoas nos escritórios e deixá-las colaborar no espaço em que possam ser mais produtivas para a empresa. Talvez seja essa a razão do “co” (coworking, por exemplo) ser um sucesso.

As pessoas já não querem trabalhar, mas sim colaborar. Tal como clientes não querem comprar mas sim ter uma experiência de compra.

Chegou o momento das empresas valorizarem o seu maior recurso: o capital humano.

Até amanhã!