O lado “negro” da tecnologia: Juntos, mas sozinhos.

07-05-2013 00:00

A impossibilidade de editarmos e apagarmos aquilo que sentimos e dizemos quando estamos frente a frente com alguém é sem dúvida um dos nossos maiores problemas atuais, nomeadamente as novas gerações que nasceram a editar, copiar, colar e apagar.

Como em tudo na vida, as consequências de uma mudança e inovação tecnológica podem ser muito boas ou muito más, dependendo da forma como as usamos. Hoje, tecnologia e relações humanas são inversamente proporcionais, isto é, se aumento de um lado do outro diminui. A questão é: onde está o ponto de equilíbrio para nos sentirmos Juntos, mas não sozinhos? E para nos sentirmos sozinhos, mas não juntos?

A necessidade constante de partilhar e de mostrar apenas os momentos de felicidade, sucesso ou auto-realização são a verdadeira imagem do queremos passar. Isto é possível nas redes sociais, sms, e-mail ou outro onde podemos editar. No entanto, não o é possível cara a cara, pois, neste caso, os sentimentos são verdadeiros e espontâneos. Esta procura do ponto de equilibro tem um grande impacto no aprofundamento das nossas relações.

Óbvio que ninguém pede para deixarmos de usar a tecnologia, mas sim, como em tudo, a usarmos “quanto baste”. E ninguém diz que a tecnologia, redes sociais ou mais propriamente, no meu caso, o skype não são ferramentas fundamentais para manter o relacionamento com aqueles que estão perto e longe.

Porém, há momentos que serão sempre diferentes como beber uma cerveja com amigos ou ter uma conversa por Skype, aparecer para dar um abraço de parabéns ou enviar um sms, ligar para marcar uma reunião ou simplesmente enviar um e-mail.

Deixemos as máscaras e avatars para mostrarmos quem somos verdadeiramente. Procuremos aproveitar os momentos em que estamos sozinhos para pensar: procuremos aproveitar os jantares com amigos deixando de lado o que se passa à nossa volta: procuremos estar concentrados numa reunião e ouvir efetivamente o que o nosso interlocutor tem para dizer ao invés de pensar nos e-mails que tenho para responder. Procuremos, como li numa entrevista de Isabel Jonet ao Jornal i, voltar a fazer “as coisas com brio”.

Esta é uma mensagem para mim e para todos aqueles que não se sentem no ponto de equilibro entre tecnologia e relações humanas.
Este artigo é um aviso para os Pais que deixam os seus filhos viverem um mundo com cada vez menos relações humanas.

Vivamos Juntos, mas não sós.

Até amanhã!