A lição da Premier League e o modelo de meritocracia.

29-05-2013 00:00

Na liga de futebol inglesa, também conhecida como Premier League, os direitos de televisão são distribuídos entre os clubes tendo por base um critério simples e justo: a meritocracia. De uma forma resumida, 50% do valor é divido entre os clubes, 25% são divididos de acordo com a posição da equipa no final da Liga e os últimos 25% são distribuídos de acordo com o número de jogos de cada clube que passam na televisão (mínimo de 10 para cada equipa).

Para além disso, todos os valores negociados com emissoras estrangeiras são repartidos de igual forma pelos 20 clubes da Premier League.

Esta tipologia de modelo vai de encontro a uma das caraterística-chave que a indústria do desporto deve contemplar: competitividade cooperação. Quanto maior a cooperação entre todos para criar uma Liga mais forte, maior será a competitividade e, consequente, maior será o retorno para todos os clubes e liga. Falo de retorno não só ao nível de contratos de televisão, mas internacionalização liga e marcas dos clubes, maior interesse de potenciais patrocinadores, aumento de receita de bilheteira e merchandising, entre tantos outros.

Não é por acaso que a Liga Inglesa é hoje uma forma de entretenimento levada aos 4 quatro cantos do mundo. E, pelo menos por agora, isso só é possível através da emissão por TV.

A título de curiosidade final o valor gerado em contratos de TV da Premier League no último ano foi de aproximadamente 2 bilhões de euros. Deste valor o campeão Manchester United recebeu cerca de 71 milhões de euros e o QPR, último classificado, faturou aproximadamente 46.4 milhões de euros.

Estou certo que este modelo deveria ser seguido em vários campeonatos, nomeadamente no nosso português. Mas, para isso, também teríamos de ter um órgão central que estivesse realmente interessado em promover a competitividade e não apenas o sucesso dos chamados “3 grandes”.

Até amanhã!